terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A história das secas nordestinas

portinari_retirantes
Conheça um pouco a história do fenômeno que tanto castiga o povo nordestino.
As secas do semiárido sempre marcaram presença na história do Brasil. Existem relatos de escassez ainda no século XVI, quando o então Jesuíta Fernão Cardin relatou a chegada de milhares de índios refugiados da grande seca que assolava os sertões de Pernambuco naquele período. Há também relatos de colonizadores portugueses que testemunharam lutas tremendas de índios sertanejos contra grupos indígenas habitantes das regiões litorâneas.

Até a segunda metade do século XVII, as condições adversas do semiárido impediam a ocupação dos portugueses na região. Foi então somente no Século XVIII que as ocupações se intensificaram devido a uma carta régia que proibia a criação de gado próximo ao litoral. A partir de então, a pecuária começou a fazer parte da economia regional sertaneja, tendo a produção de algodão o seu principal complemento.

Até meados do século XIX as secas não foram tão severas, o que contribuiu para um rápido crescimento da população e de seus rebanhos. Porém não demorou muito para que uma forte seca pudesse assolar. Estamos falando da grande seca de 1877-1879, considerada por alguns estudiosos o maior desastre natural da história do Brasil. Estima-se que morreram 500.000 pessoas naquele período. Uma década depois, outra seca severa atingiu o nordeste causando sérios prejuízos. Esta foi a grande seca de 1888, também conhecida como a seca dos três oitos. Desde então a seca nordestina passou a ser vista aos olhos da política governamental.

O século XX não foi fácil para o povo sertanejo. Inúmeras secas castigaram o nordeste provocando graves problemas socioeconômicos. Algumas delas foram intensas a ponto de gerar uma série de discussões a respeito de suas mazelas, ganhando assim mais notoriedade ao longo do século.

Dentre os principais períodos de escassez, destacam-se as secas de 1934-1936, que atingiu os 09 estados nordestinos e Minas Gerais, e também as seca de 1979 -1985, considerada uma das mais longas e severas da história. O século XXI mal começou e já foi palco da escassez de água. Desta vez, foi o Rio São Francisco que sofreu com a estiagem. O nível de suas águas reduziu bastante a ponto da represa do Sobradinho marcar o volume mais baixo da sua história.

Bruno Cardoso S. M. Silva

Referências
BARBOSA, D. V. N. (2000) Os impactos da seca de 1993 no Semi-Árido Baiano: caso de Irecê. Salvador: SEI, (Série estudos e pesquisa, 51).
VIEIRA, Maria de Lourdes Gomes Meira. Análise das Políticas Compensatórias e das Estratégias de Sobrevivência do Homem no Campo, Principalmente no Período de Seca: um estudo de caso. 2004. Fortaleza: Dissertação de Mestrado em Geologia Ambiental, Departamento de Geologia UFC, 2004.






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