sábado, 22 de janeiro de 2011

As mesmices da sociedade brasileira

Certo dia, na véspera do ano novo, estava pensando em como o homem é capaz de transformar aquilo que se repete o tempo todo em momentos únicos na sua vida. Taças de champanhe, roupas brancas, fogos, beijos e abraços... Enfim, mais um dia 1º de janeiro começa e mais um ciclo de meses se repetirá até que esse pálido ponto azul chamado de Planeta Terra dê a sua volta completa em torno do Sol.


Como todo bom  baiano, fui logo pensando nas datas comemorativas: festa do Senhor do Bomfim, lavagem do Rio Vermelho, Lavagem de Itapuã, carnaval, semana santa, São João, São pedro... seguindo assim mais um ciclo de tradição. As mesmas festas, as mesmas datas, tudo se repete, Porém nunca é a mesma coisa pois tornamos tudo isso em dias únicos e, para muitos, inesquecíveis.

Ao longo do ano, muitos acontecimentos são evidenciados pela mídia. Como sempre, observamos  diversos casos de corrupção, sequestros, falcatruas, negligências, abuso de poder, catástrofes ambientais e muitos outros assuntos que vivem presentes em nosso cotidiano, graças a divulgação feita pelos principais veículos de comunicação. E mais um ano se passa e mais um ano começa, e tudo isso que acabei de escrever se repete ao longo desses 365 dias. Mas há um porém em toda essa história.

A cada uma dessas notícias divulgadas, encontramos reações adversas por muita gente boa que se tem por aí. Assim, mergulhamos no mundo da indignação, do protesto, das discussões e, de certa forma, da construção política, sabe por quê? Porque fazemos questão de tornar esses acontecimentos em momentos únicos em nossas vidas.

Diante dessas reações, muitas coisas acontecem como uma explosão. A mídia faz a sua parte colocando lenha na fogueira, e rapidamente as autoridades encontram uma solução para sanar o problema vigente naquele período. A partir de então, guardamos toda esta história na gaveta do esquecimento. E se tudo isso acontecer de novo, tiramos esta história da gaveta? Não é assim que funciona aqui no Brasil. O que fazemos na realidade é encarar tudo isso como algo inédito em nosso cotidiano. Infelizmente é assim que acontece, principalmente no mundo dialético da mídia e da nossa sociedade.

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