O movimento revolucionário que
agitou o Egito em 2011 se desdobrou de forma espontânea e sem ligação com
grupos políticos. A população tomaram as ruas com objetivo de por fim ao regime
autoritário de Hosni Mubarak, há
29 anos no poder. O movimento chamado de “Ruas árabes” gerou preocupação no
cenário econômico internacional.
Hosni Mubarak. Deposto em 2011 após 29 anos no poder |
Todo ano o Egito recebe dos americanos US$ 2 bilhões de recursos anuais destinados
à ajuda econômica e militar. Assim como Israel, a terra dos faraós é ponto de
apoio estratégico de Washington tanto no norte da África quanto no Oriente
médio. Há muitos anos os EUA buscavam do Egito uma abertura econômica e
política em correspondência ao apoio financeiro. O problema é que Mubarak percorria
caminhos opostos com o seu governo cada vez mais repressor e fechado.
A chegada de Mubarack no poder em 1981 explica os caminhos adversos
percorridos por ele ao longo dos anos. Naquela época ele ocupava a vice-presidência
até o assassinato do então presidente Anwar Sadat, morto por fundamentalista
islâmicos dois anos após assinar o polêmico acordo de paz com Israel.
As ações dos fundamentalistas foram duramente reprimidas por Mubarak,
especialmente nos anos 90 após um atentado que matou 50 turistas estrangeiros.
Com o passar do tempo aumentava-se cada vez mais a truculência das forças de
segurança que reprimiam qualquer dissidência e manifestação.
A nova onda de protestos

O movimento “Ruas Árabes” foi visto com euforia por boa parte da
população que sonhavam melhorias sociais e econômicas. E finalmente, após 30 anos, o antigo
presidente foi deposto e no seu lugar veio ao poder Mohammed Morsi,
que prometia grandes mudanças na sociedade egípcia. Morse prometeu governar
para todos os egípcios. Mas a promessa não foi cumprida.
Mohammed Morsi. Presidente membro da irmandade mulçumana |
A saída de Mubarak atiçou o choque de interesses de dois grupos
importantes: a Irmandade Mulçumana e os militares. A Irmandade
Mulçumana tem como representante o presidente Morsi. Desde a década de 80, o
grupo tem o objetivo de chegar ao poder objetivando criar um país mais
islâmico. Mas, ainda que o Egito seja um país que proferem as palavras do
islamismo, isso não quer dizer que toda população compartilham os rigorosos
pensamentos da irmandade.
Além disso, a falta de competência levou o presidente ao não cumprimento
das promessas realizadas, sobretudo quanto à recuperação da economia do Egito. O
resultado se desenhou na segunda saída do povo egípcio às ruas, em julho de
2013. Desta vez, o movimento atiçou os
olhos dos militares, o segundo grupo interessado em conquistar a força
política no país, que queria a derrubada de Morsi, o quanto antes.
Por Bruno Cardoso S. M. Silva
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