
Dois satélites registraram um tsunami na superfície do Sol. O fenômeno, observado pelo Observatório de Dinâmica Solar da Nasa e pela nave espacial japonesa Hinode, forneceu as primeiras estimativas precisas do campo magnético do Sol, que é cerca de dez vezes mais fraco do que um ímã de geladeira.
Tsunamis solares são produzidos por enormes explosões na atmosfera do Sol chamadas de ejeções de massa coronal (CMEs). Isso acontece por causa das manchas solares, regiões onde existe uma redução de temperatura e pressão das massas gasosas no Sol.
Esse tipo de ejeção de massa coronal dispara bilhões de toneladas de partículas que varrem a superfície do Sol e vão em direção ao espaço. Podem alcançar grandes velocidades, próximas a 1000 quilômetros por segundo.
Dependendo da intensidade do fenômeno, é possível que essas partículas alcancem a atmosfera terrestre. Os cientistas chamam esse processo de tempestade solar. Isso causa danos em equipamentos eletrônicos, como satélites, GPS, além de transformadores e linhas de transmissão de alta tensão, por exemplo, além de gerar a aurora boreal.
Descoberta - O tsunami solar é conhecido também como super flare. Mas o fenômeno é raro. Super flares são mais frequentes em estrelas de alta rotação, o oposto do Sol. Nesse caso, podem danificar a atmosfera de um planeta em órbita nas proximidades, colocando em risco as formas de vida que eventualmente residam ali.
Assim como o som se propaga mais rápido na água do que no ar, tsunamis solares têm uma velocidade mais elevada nas regiões de campo magnético mais forte. Esta característica permitiu que a equipe de cientistas, liderada por pesquisadores britânicos do Laboratório de Ciência Espacial Mullard da UCL (University College London), medisse o campo magnético do Sol.
O tsunami proporcionou aos pesquisadores a descoberta de que a atmosfera do Sol tem um campo magnético cerca de dez vezes mais fraco do que um ímã de geladeira normal. Por mais fraco que pareça ser, esse campo magnético domina todo o Sistema Solar.
As explosões que produzem tsunamis solares podem enviar CMEs em direção ao planeta Terra. Embora protegida por seu próprio campo magnético, a Terra é vulnerável a essas tempestades solares, que podem prejudicar satélites e infraestrutura tecnológica. Por isso, compreender como essas erupções acontecem ajudará a proteger o planeta contra uma intensa atividade solar como esta, afirma Dr. David Long, principal autor da pesquisa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário