A universalização do ensino é um processo recente na realidade brasileira. O Brasil nunca tivera tanta preocupação com o acesso ao ensino do 1º e 2º grau como se tem presenciado hoje, o oposto ocorrido ao longo da história do nosso país. Estima-se que 96% dos jovens encontram-se matriculados nas escolas, conquista essa que pode ser considerada um ponto de partida para uma verdadeira revolução educacional.
Portanto, a educação brasileira vem passando por grandes transformações nos últimos anos. Essa universalização do acesso às escolas públicas foi um grande avanço para crianças, jovens e adultos de baixa renda que buscam seu lugar ao sol em um mundo cada vez mais rígido e exigente. Porém, isso tem causado um grande tormento na realidade educacional, mergulhada em problemas que envolvem os três grandes elos determinantes no desenvolvimento intelectual do aluno: o Estado, a escola e a família, que não estão adaptadas para essa nova realidade.
A conseqüência disso fica bem evidente ao observar a posição constrangedora em que o Brasil se encontra no ranking de desenvolvimento da Educação divulgado pela UNESCO - 88º lugar, dos 128 países pesquisados. O problema é marcado principalmente por conta das altas taxas de repetência dos alunos nos primeiros anos escolares. Esse engasgue provoca um verdadeiro "empurra-empurra" dos alunos repetentes para as séries mais avançadas, por conta da superlotação nas salas de aula. Isso determina os elevados índices de analfabetismo no ensino fundamental e do baixo desempenho dos alunos do ensino médio, comparado aos demais estudantes da rede privada. O resultado deste processo fica bem claro no constante ciclo vicioso de evasão e repetência que, volta e meia, o governo tenta resolver através de programas de aceleração propostos no intuito de "empurrar com a barriga", os estudantes ao longo do seu período nas escolas.
Outro problema a ser discutido encontra-se na própria estrutura educacional. O ensino da rede pública ainda permanece com o mesmo modelo de escola presenciado no tempo nossos avôs. Quem nunca ouviu falar que as escolas públicas de antigamente eram de qualidade, e que muito dos políticos e intelectuais da época foram frutos dessas instituições de ensino? Acontece que as escolas públicas de antigamente eram voltada para as grandes elites, e toda a sua organização pedagógica satisfazia (a ainda satisfazem na rede privada) as médias e altas classes sociais. Hoje em dia a universalização do ensino trouxe uma grande demanda de estudantes oriundos de uma realidade completamente diferente. Mesmo assim, permaneceram com as mesmas didáticas e estruturas sem pensar que a grande leva de pessoas de baixa renda vem com toda uma carga sociocultural incompatível a esta realidade escolar.
Apesar da educação brasileira se encontrar mergulhada num verdadeiro caos, o Brasil se encontra a passos largos no processo de desenvolvimento sócio-econômico.A economia cresce de forma a disputar com os grandes mercados internacionais, abrindo-se então perspectivas de um país que poderá se tornar no futuro em uma grande potência mundial. E como o Brasil conseguiu se desenvolver tanto com uma educação tão defasada? É um verdadeiro mistério, mas muitos estudiosos afirmam que isto é decorrente dos pesados investimentos feitos pelo governo no ensino superior, a partir da década de 60. Assim, outro problema lógico poderia ser levantado: se considerar-mos os níveis educacionais como uma pirâmide, o seu topo corresponderia então as universidade que passaria a ter uma qualidade elevadíssima, porém com acesso extremamente restrito em decorrência do triste cenário que se encontram as bases educacionais de ensino. Formou-se, portanto um pequeno gargalo separando o ensino fundamental e médio dos grandes centros de construção do conhecimento. Em conseqüência disso, falta matéria prima para fazer as universidades crescerem de acordo com aquilo que ela propõe.
E o impasse determinante que separa a base do topo da pirâmide são provas dos vestibulares, altamente excludentes diante deste processo. É aí que algumas das políticas educacionais entram para tentar tapar o sol com a peneira, como as cotas para os estudantes de escola pública. Essas ações têm o intuito, na realidade, de fazer o que o sistema educacional não tem a competência fazer, que é proporcionar um ensino de qualidade. Se isso continuar desta maneira, o nível de educação do ensino médio irá cair consideravelmente em virtude da grande demanda de alunos que sairão do fundamental, aumentando assim o grande abismo ultrapassado apenas pelas classes sociais mais abastadas.
O Brasil encontra-se submerso a grandes problemas que são por muitas vezes reflexos de seu cenário educacional. Devemos pensar novas formas de solucionar tal problemática para transformar esses pensamentos em ações plausíveis que garantam o crescimento da qualidade de ensino nas escolas públicas de nosso país. Isso é um comprometimento de todos, pois o futuro melhor encontra-se no ambiente escolar.
oii, tudo bom?
ResponderExcluirolha só eu encontrei o teu blog em uma comunidade de geográfia, e achei bem interessante
mais o que eu tava procurando na verdade eu não encontrei :S
é que seguinte eu tenho q fazer um trabalho e falar de como seriam os aspectos sociais e economicos do Brasil nos dias de hoje se ele seguisse os preceitos do socialismo PENSADO por Marx Engels
então se tu pudesse postar la no blog alguma coisa sobre isso eu ficaria muito feliz mesmo, se não não tem problema
Desculpa pelo encomo
e muito obrigada desde ja