terça-feira, 22 de janeiro de 2013

A seca no Nordeste: um desastre natural?

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Entenda um pouco mais sobre as secas no nordeste e as suas repercussões no campo político, econômico e social.

A insuficiência e a irregularidade das chuvas sempre causaram diversos problemas sociais e econômicos ao longo da história. Basta pensar que a ausência de água afeta as duas necessidades básicas do homem: a de alimento para matar a fome, e da própria água para saciar a sede. Neste contexto, a questão econômica ganha peso, assim como as questões socioambientais. Até mesmo em curtos períodos de tempo a falta de chuva pode trazer diversos transtornos para toda uma região.

A seca, portanto, é um grave problema que pode alcançar muito bem o patamar dos desastres naturais. Suas consequências são avassaladoras tanto em sua magnitude quanto na sua permanência. As regiões com climas quentes e secos são as mais propícias para a ocorrência deste fenômeno natural.

No caso do Brasil, o Semiárido nordestino será palco de preocupação para governantes, produtores e cidadãos que sofrem as severas consequências da falta de chuva. Registros históricos apontam a ocorrência do fenômeno em intervalos próximos de dez anos, podendo se prolongar por períodos de três, quatro e até mesmo cinco anos.

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Mapa de localização do semiárido brasileiro que cobre os 09 estados do nordeste e o norte de Minas Gerais.

A intensidade da seca varia de acordo com o índice de precipitações pluviométricas da região. Há períodos que a deficiência de chuva é tamanha a ponto de não haver água suficiente para o desenvolvimento das plantas. Em outros casos, as chuvas são o suficiente para saciar as necessidades da caatinga, mas não o suficiente para o desenvolvimento de culturas agrícolas regionais.

Na medida em que a seca se prolonga, torna-se cada vez mais difícil encontrar água potável para consumo. Muitos são forçados a caminhar por áreas cada vez mais distantes, trazendo em seus baldes improvisados água suja e salobra. Os caminhões pipas ajudam no abastecimento, porém são insuficientes. A alimentação precária e o consumo de água contaminada tornam a população mais vulneráveis a doenças.

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Animais mortos por conta da seca

Mesmo com o desenvolvimento urbano de muitas cidades nordestinas, as atividades econômicas continuam atreladas ao setor agropecuário regional. Com a falta de água, torna-se difícil o desenvolvimento da agrícola e a criação de animais. A economia regional se vê prejudicada com um agravante: a estrutura fundiária é extremamente concentrada, embora seja grande o número de pequenos estabelecimentos ou unidades de produção familiar.

O desenvolvimento urbano das pequenas e médias cidades não foram o suficiente para que ocorra a migração de nordestinos que fogem das mazelas da seca. A baixa produtividade do campo associadas à concentração de terras e ao grande índice de desemprego fazem com que as capitais nordestinas e a região sudeste sejam um atrativo para os sertanejos que buscam melhor qualidade de vida. Atualmente, cerca de 60 mil nordestinos migram a cada ano para o norte e nordeste de São Paulo maioria trabalha com a cana, mas a construção civil já atrai 20% dessa mão de obra.

Bruno Cardoso S. M. Silva

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